quarta-feira, 25 de setembro de 2013

venha visitar logo, viver na lua é solitário

Eu devo estar numa depressão 17.0 nos últimos meses. Eu oscilo mais que onda de batimento cardíaco. As minhas ações começaram a me preocupar porque parei de tê-las. Tenho gente pra conversar, só que não sei dizer diretamente pra ninguém o que quero dizer. Nunca descobri como fazer isso, daí eu conto pela metade (parecendo à lunática depressiva que sou) ou então não conto nada (parecendo à fechada depressiva que não quero ser) ou ainda, minto (parecendo a sociopata escrota que eu sou). 
 Num sei exatamente por onde começar, mas sinto que preciso fazer isso de coração aberto, porque já faz algumas semanas que eu acordo e fico na cama e fim do dia. Aliás, eu fico tristíssima quando eu durmo à tarde, porque daí eu não vou dormir a noite, aliás, eu fico tristíssima quando acordo porque eu não vou mais conseguir dormir. Gosto muito de dormir, mas não tenho paz. Há um bom tempo que eu não consigo dormir no escuro e acordar no claro. É tudo sombra com fiapo branco, pra ser mais clara, ou é o computador servindo de televisão, a luz da manhã erguendo àqueles que dormiram a noite ou até mesmo a tarde e a sua luz para os que trabalham. Não me arrependo de não dormir na madrugada e acho que são horas boas. Não há nada além de mim e gosto tanto de ficar comigo que quando estou na companhia de outras pessoas eu penso que horas vai acabar pra eu ficar sozinha, pra eu chegar à minha casa e ver meu lindo quarto-sede-trono intacto a minha espera.
 São poucas pessoas que não me fazem querer ir embora logo. Geralmente são meninos que eu gosto de verdade ou gente que não me suga até a alma por carência ou bobagens. Eu sinto muita falta do Alexandre, por vários motivos, mas principalmente por ele ter sido a primeira pessoa que eu aturei de todas as formas, sem afastar além do normal (não consegui ou consigo ser clara com ele (ou com ninguém, na real), mas a relação era maior do que eu e do que ele também). Às vezes o amigo certo aparece no momento errado. A questão é que eu entendo perfeitamente que ele é meu amigo e eu adoro isso, mas sou apaixonada por ele e acho que nunca me senti assim antes por ninguém. É uma paixão real, porque ele sente algo por mim (ou pelo menos o fato de eu realmente acredito nisso deixa tudo mais real). Não é uma paixão possível, até porque ele não mora mais no Brasil e só de ver o quanto sua terra natal lhe fazia mal, é inviável que eu tente qualquer coisa. Aceito que sejamos amigos de duas linhas por e-mail a cada duas semanas. Aceito porque eu o amo e porque eu seria romântica demais pra acreditar que algo, além disso, ia dar certo. Isso tudo não significa que eu tenha o esquecido, aliás, queria muito que isso fosse possível. Saudade é o pior gosto que existe. Deixa um gosto na boca que outras bocas não vão repor uma carência no corpo que outros toques suprir e deixa imagens com os olhos fechados e água com os olhos abertos. Essa baboseira toda pra falar que eu ignorei praticamente todo mundo nos sete meses que passei dias inteiro falando com ele. Não me arrependo em nada, não me arrependo nunca de nada. A pessoa que conheci é única, escrota, estúpida, engraçada e absolutamente incrível. Eu nunca consegui me mostrar do jeito que eu queria e isto não vai mais acontecer (tenho tendências destrutivas de me fechar e regressar a mim). E uma Ana não se banha duas vezes no mesmo rio. Mas eu daria um pouquinho de mim pra matar a saudade. Sinceramente, é isso que tá me empacando agora. Ah, o amor.